quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O click

Bom, como de custume, enquanto eu lia artigos sobre cinema, achei dois artigos muito interessantes e salvei no meu favoritos.
Como apareceu esta grande oportunidade de mostrar a todos, estão aqui os dois textos retirados do portal OClick, que inclusive possui textos muito legais, vale a pena conferir.

www.oclick.com.br

Os textos que apresentarei são de autoria de Cristina Brandão

Refletindo sobre o Pós-moderno



Entender filmes, entender peças, artes plásticas, televisão, entender notícias , entender enfim as pessoas que nos cercam e suas atitudes mais inexplicáveis. Tudo isso é possível se começarmos a refletir sobres a nossa contemporaneidade, ou seja, nowaday - os dias de hoje. À primeira vista parece um pouco complicado mas a minha intenção nesse texto é passar alguns elementos que talvez possam esclarecer um pouquinho sobre a nossa situação atual.

Então, vejamos. Estamos diante de um modismo extravagante e com humor ( vide Casseta e Planeta) .Por outro lado, micros, videogames,vídeo-bar, FM, moda eclética, maquilagem pesada, new wave, ecologia, pacifismo, esportivismo, pornô, astrologia, terapias, apatia social e sentimento de vazio.Esses elementos povoam a galáxia cotidiana pós moderna onde o indivíduo tornou-se consumista, hedonista e narcisista. Compare , observe seus amigos à sua volta. O indivíduo pós-moderno consome bens personalizados. Há uma fragmentação dos gostos, não uma unanimidade. Cada um no seu "mundinho particular"tem sua cultura pessoal. O hedonismo - moral do prazer e não de valores faz com que a maioria, busque a satisfação aqui e agora . É uma filosofia portátil. Ainda assim, tem paixão por si mesmo , um cuidado com a auto-imagem ou então com a informação pessoal, a performance no que diz respeito à cultura em geral.Ao contrário dos antigos "tímidos", hoje imperam os "falsos tímidos".No fundo, todos se entregam a um narcismo militante.

Enquanto estilo extremamente individualista, o pós modernismo prolonga o jeito de ser liberado e imaginoso vivido na boêmia pelas vanguardas artísticas modernistas.Ele é hoje a democratização, no cotidiano, daquilo que as vanguardas pretendiam com a arte: expressão pessoal, expansão da experiência, vida privada.

Viver, quem sabe, hoje possa ser um estado pleno de mudanças para as novidades.Com uma gama enorme de bens e serviços, para todas as faixas e gostos ao nosso alcance, só resta ao indivíduo escolher entre eles e combina-los para marcar fortemente sua individualidade.Embora a produção seja massiva, o consumo é personalizado ( vide cheque-personalizado)

Assim o sistema propõe e o indivíduo dispõe.É o pleno conformismo . O sistema parece triunfar de cabo a rabo. Mas seria uma vitória tranqüila? Não. Contra o sistema aparecem efeitos bumerangues. Típicos do pós-moderno. O individualismo exacerbado está conduzindo à desmobilização e à despolitização das sociedades avançadas.Saturada de informação e serviços, a massa começa a ficar indiferente às coisas públicas. O discutido desencanto das massas ante a sociedade tecnificada e informatizada . Trata-se da apatia diante de problemas sociais e humanos.

Essa indiferença desagrada ao sistema que precisa manter em cena velhos valores e instituições como Pátria, Democracia, História, Família, Religião,Ética do trabalho, ainda que eles sejam puros simulacros. O tecido social começa a se descoser em fiapos.Extravagantes e apáticos, o indivíduo pós moderno vive em ritmo apressado e integra uma paisagem diferente daquela desenhada pela massa moderna.

Agora vejamos a espetacularização do nosso cotidiano: Antigamente, os espetáculos eram as paradas, as festas, jogos, circo - eventos ocasionais. Hoje, a começar pela arquitetura monumental, reinam em pleno cotidiano: TV, vitrines bem decoradas, moda, ruas embelezadas, etc. A intenção é embelezar e magnificar o dia-a-dia pelas cores e formas envolventes.Tudo fica "incrível", "fantástico", "sensacional".Quanto mais uma cidade joga com esses elementos, mais aplaudida é. O espectador é o que vê e aquele que espera novas imagens atraentes e fragmentárias para consumir.Ele se acha mergulhado na cultura blip - cultura do fragmento informacional, cintilações no vídeo. A estetização de tudo, alivia a banalidade cotidiana. Procuramos nas ruas, nos rostos, pó farto colorido das revistas e da TV.

É claro que esse assunto é complexo e longo. Teremos que voltar a ele. Vamos transforma-lo em capítulos. Continuamos semana que vem. Por enquanto, reflitam sobre esses aspectos levantados hoje.

LINK - http://www.oclick.com.br/colunas/brandao45.html






ós - modernismo - arte/ecletismo



Estamos retomando hoje a discussão que iniciamos sobre a Pós-Modernidade encaminhado o assunto para o tema "arte". Embora não tão freqüente, sabemos que opôs-modernismo tem feito visitas à música, à dança, ao teatro e ao cinema . Na música ele assume formas diversas. Podemos citar a experiência que o revolucionário e imprevisível John Cage faz com o silêncio ou Steve Reich para mãos batendo descompassadas. Soa nos temas minimalistas de Philip Glass( frases tocadas em uníssono, repetidas à exaustão com pequenas variações de timbres) e no som tecnopop de Laurie Anderson - a voz humana, os instrumentos e os gêneros populares ou eruditos( mais o rock) sendo processados pela parafernália eletrônica.E ainda temos para acrescentar, o rock punk e new wave, sempre com letras brandas, descontraídas ou então niilistas do tipo "A gente somos inútil "DO Ultraje.

A dança já põe no palco até mesmo o grotesco, a feiúra oferecidas por dançarinas gorduchas. Bailarinos podem passar meia hora passando bolas de borracha uns para os outros ou ainda na linha "minimalista"andando de um lado para outro exibindo gestos banais. ( "Transit"de Steve Paxton) A grande musa, no entanto, é Pina Bausch cuja coreografia passa do belo ao horroroso e redefiniram a dança.No teatro, o Living Theater , de Julian Beck ( a peça vira happening com a participação do público) e nas montagens dos italianos do grupo Gaia Scienza com peças sem texto ou enredo. Apenas corpos imitando fenômenos biológicos .

E no cinema? O pós-modernismo começou a ser sentido nos altos efeitos especiais e na nostalgia aclopada à ficção científica . Na maioria dos filmes, reina o ecletismo ( mistura de estilos) e o pastiche ( imitação barata0 Indiana Jones é a volta ao gibi, ao seriado; Guerra nas Estrelas leva para o cosmos as batalhas medievais apoiando-se no computador e no laser.A nostalgia dos anos 20/30 é refilmada com base em documentários da época . Mesclado ao filme policial, o futuro espetacular da tecnologia pode ser apreciado no histórico "Blade Runner. Mais fores , podemos citar "Quem Puder"de Godard ( base no individualismo) e "Paris Texas", de Wim Wenders, passeando pelo "deserto"atual.

Estamos diante da antiarte pós-moderna? Sim. Das criações grandiosas de Picasso e Joyce às brincadeiras, sem regras estéticas, houve queda ou fim de padrões? A arte agora é pastiche e ecletismo porque perdeu a originalidade ("tudo já foi eito") Nãp sabe mais criar. Niilista, a desestetização é a máxima atual Mas há quem veja no pós-modernismo uma praga boa e saudável porque ele abala preconceitos, pões abaixo o muro entre arte-culta e arte de massa, rompe as barreiras entre os gêneros, traz de volta o passado( os modernos só queriam o novo) e democratiza a produção. A desordem, dizem, pode ser fértil e propõe a convivência de todos os estilos, de todas as épocas , sem hierarquias. O mercado é um cardápio variado e ,sem regras absolutas, cada um escolhe o prato que mais lhe agrada.


LINK - http://www.oclick.com.br/colunas/brandao47.html

POST POR GLAUCO BEZERRA LONGHI (GROMMIE)

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